Como Investir na Bolsa de Valores: O Guia Definitivo

Por acaso você está em busca da sua liberdade financeira?

O momento no qual apenas com a renda passiva dos seus investimentos, você já consegue se sustentar, além de poder realizar alguns dos seus sonhos.

É muito provável que sim.

Afinal este é o objetivo de muitas pessoas.

E se você está com este mesmo objetivo em mente e já começou a estudar sobre o assunto, percebeu que a melhor maneira de fazer isso é colocando o seu dinheiro para trabalhar a seu favor.

Ou seja, investindo o seu dinheiro.

E ao estudar sobre investimentos, provavelmente já pensou em algum momento sobre como investir na bolsa de valores. Ou então ao menos está pensando isso agora. Talvez seja assim que você chegou a este artigo.

A bolsa de valores pode ser uma grande aliada dos investidores e tem o potencial para acelerar muito o alcance da sua liberdade financeira. Mas isso apenas se você investir de forma consciente e souber o que está fazendo. Caso contrário você pode facilmente perder dinheiro e até mesmo atrasar o alcance dos seus sonhos.

Este artigo vai focar mais no assunto de como investir em ações na bolsa de valores. Entretanto, antes de entrar nos detalhes de como investir na bolsa de valores, eu gostaria de dar um passo atrás.

Se você chegou até aqui e decidiu que vai investir na bolsa, acredito que tenha definido o seu perfil de investidor. E com base nele, estabeleceu que uma parte do seu capital será alocado na bolsa de valores.

É preciso se certificar de que o seu perfil aceita o risco de alocar uma parte dos seus investimentos na bolsa. Caso contrário você pode cometer alguns erros devido às oscilações do mercado. E assim perder dinheiro.

Por Que Investir na Bolsa de Valores

Não há dúvidas de que investir o seu dinheiro acelera o crescimento do seu patrimônio. E existem diversas opções para quem deseja fazer o seu dinheiro crescer, a fim de alcançar a liberdade financeira e realizar os seus sonhos.

Contudo, durante muito tempo os brasileiros evitaram a bolsa de valores. Não existe a cultura de investir nessa classe de ativos por ser considerada como um ativo de alto risco. Onde facilmente é possível perder dinheiro.

Além do medo de perder dinheiro, o baixo interesse dos brasileiros pela bolsa de valores pode ser justificado pelas altas taxas de juros. Historicamente o Brasil apresenta taxas de juros muito elevadas. Em diversos anos passando dos dois dígitos anuais.

Dessa forma, por que arriscar seu dinheiro na bolsa se é possível ganhar cerca de 15 ou 20% ao ano investindo na renda fixa não é mesmo?

Entretanto, esse cenário está mudando.

As taxas de juros no Brasil estão ficando cada vez mais baixas. E assim a rentabilidade dos investimentos de renda fixa estão ficando menos atrativos.

Consequentemente os investidores começam a olhar mais para a renda variável. Não é a toa que em abril de 2019 o número de investidores na bolsa de valores atingiu a marca de 1 milhão. Isso é um marco histórico, e este número está crescendo cada vez mais rapidamente.

Mas ainda assim representa muito pouco para um país com uma população de mais de 200 milhões de habitantes. Ou seja, isso não representa nem 0,5% da população.

Não é nada comparado aos Estados Unidos por exemplo, onde mais da metade da população já investe em ações.

Estudo do retorno sobre investimentos

Existe um estudo, realizado pelo professor de finanças americano Jeremy Siegel, também autor do livro Investindo em Ações no Longo Prazo. Neste estudo é mostrado o retorno do investimento de 1 dólar em alguns ativos, entre os anos de 1802 e 2002.

Desse modo, o investimento de apenas 1 dólar em ações (stocks), se transformaria em 704.997 dólares em 2002. Disparado o investimento com maior retorno.

Em um longe segundo lugar, vem o investimento em bonds, que seriam títulos de dívida, o equivalente ao nosso Tesouro Direto aqui. Um dólar investido em bonds se transformariam em 1778 dólares.

Você pode verificar o estudo na imagem abaixo, com a taxa de retorno média anual de cada um dos investimentos:

Ou seja, no longo prazo, o investimento em ações, se escolhidas da forma correta, sempre serão mais rentáveis. Perceba como eu disse “no longo prazo”.

Eu acredito que o investimento em ações deve ser sempre com o foco no longo prazo. Pois é o que historicamente traz os maiores retornos.

O Que é Bolsa de Valores

Fonte: Veja

Ao falar em bolsa de valores, muitas pessoas imaginam um monte de homens com roupas sociais gritando ordens por telefone. Esta é a imagem do famoso pregão.

O pregão se trata do período em que são realizadas as operações de compra e venda de ativos que ocorrem na bolsa de valores. Atualmente, o horário de funcionamento da bolsa de valores brasileira, a B3, é das 10h às 17h, nos dias úteis. Mas não precisa se preocupar, pois hoje isso tudo acontece pela internet, através do Home Broker.

O Home Broker é a ferramenta utilizada pelos investidores para que seja possível comprar e vender ações pela internet. E a bolsa de valores é o ambiente de negociação onde investidores podem comprar ou vender determinados ativos.

O objetivo principal da bolsa é estabelecer um ambiente seguro e organizado para que ocorram essas negociações. De forma que você receba suas ações assim que comprar, ou receba o dinheiro quando vender.

Todo esse processo é intermediado com o auxílio de correspondentes de negociações, as corretoras de valores.

A bolsa de valores também faz o papel de custodiante. Ou seja, é ela quem “guarda” as ações que você comprou, e mantém elas atreladas ao seu CPF.

O Que é uma Ação

Eu preparei um vídeo lá no canal do Youtube explicando os principais conceitos de ações, se preferir pode assistir o mesmo lá:

Ações são papéis que representam pequenas partes de uma empresa. Ao adquirir a ação de uma empresa, o investidor se torna sócio de uma parte mínima da companhia.

Desse modo, o mesmo pode receber dividendos (parte dos lucros da empresa) e em alguns casos até participar de assembleias com direito a voto.

Colocando de outra forma, ações são papéis que representam uma parte do capital social da empresa. E ao adquiri-las, você se torna sócio da mesma. Assim passa a correr os riscos deste negócio, e também a colher os lucros. É possível lucrar caso a ação se valorize, ou então perder dinheiro caso ela se desvalorize.

O preço das ações se dá pela lei de oferta e demanda. Quando existem muitos investidores querendo comprar um papel, e poucos querendo vender, a ação tende a se valorizar. E quando existem muitas pessoas querendo vender e poucas querendo comprar, a ação tende a se desvalorizar.

É importante entender que esses movimentos no preço das ações não são necessariamente um reflexo da saúde financeira da empresa. Eles podem muito bem ser apenas ruídos do que o mercado espera que pode vir a acontecer com a mesma.

Para uma organização oferecer suas ações pela primeira vez na bolsa de valores ela precisa passar pelo processo chamado de IPO (Oferta Pública Inicial).

Esse movimento configura o mercado primário, que é onde os investidores compram ações diretamente da empresa, e quem recebe o dinheiro pela venda das ações é a própria empresa.

Depois que a companhia já vendeu todas as ações que foram disponibilizadas no IPO, os investidores vão negociá-las somente no mercado secundário.

Ou seja, as pessoas vão negociar as ações dessa empresa entre si, e o dinheiro não vai mais para ela, fica na mão dos investidores.

Estratégias para Investir na Bolsa de Valores

Existem inúmeras formas de investir na bolsa de valores para ganhar dinheiro. Mas eu vou detalhar agora quais são as 3 mais comuns.

Day Trade

O Day Trade se trata de uma estratégia mais avançada, normalmente utilizada por investidores experientes e com perfil de investidor arrojado.

A mesma consiste em comprar e vender ativos no mesmo dia, a fim de realizar o lucro.

Basicamente, você compra uma ação que acredita que vai se valorizar, digamos por R$ 10,00 às 10h30 da manhã, e acredita que vai conseguir vendê-la por um preço maior que o da compra antes do fim do pregão (às 17h).

Em alguns casos, operações de Day Trade podem ocorrer dentro de um mesmo minuto.

O nome dos profissionais que realizam essas operações e vivem somente disso, se chamam traders.

Mesmo existindo profissionais que fazem do Day Trade sua carreira, qualquer pessoa pode fazer isso. Basta criar conta em uma corretora e ter acesso à internet.

Entretanto, eu não recomendo este tipo de operação. Principalmente para os investidores que estão começando na bolsa de valores.

Existem grandes chances de perder dinheiro, e é preciso ter um controle emocional muito grande.

Swing Trade

O Swing Trade também é uma forma de negociar ações, com estratégia de curto e médio prazo.

Diferente do Day Trade, onde as negociações são realizadas no curtíssimo prazo, ou seja, no mesmo dia, uma operação de Swing Trade pode variar de alguns dias até algumas semanas.

As estratégias de Day Trade e Swing Trade acabam atraindo muitas pessoas, devido ao fato da possibilidade de grandes ganhos em pouco tempo.

Contudo, é importante destacar que quanto maior a possibilidade de ganho, maior também a possibilidade de perda.

E é por causa disso que muitas pessoas são atraídas para a bolsa de valores sem experiência nenhuma, onde acabam perdendo dinheiro e decidem nunca mais voltar, dizendo que a bolsa de valores é uma loteria.

Investimento de longo prazo

Também conhecida como buy and hold, essa estratégia é bem diferente do Day Trade ou Swing Trade.

O buy and hold se trata do ato de comprar um ativo e “segurá-lo” para o longo prazo. De forma que o investidor se beneficie com os rendimentos da empresa e a valorização que o papel pode apresentar no futuro.

Existe uma série de motivos que fazem o investimento em ações no longo prazo vantajoso. Um deles é a economia com custos de transações. Quanto menos operações um investidor fizer, menos gastará com custos operacionais.

Existe uma certa falta de entendimento quanto à filosofia dessa estratégia. Porque muitas pessoas confundem o termo “hold” (segurar), com o termo “forget” (esquecer).

O conceito correto para essa estratégia seria o de comprar boas empresas e segurá-las por um período indeterminado. Enquanto elas continuarem mantendo sua qualidade e seus resultados.

Dessa forma, antes de comprar uma empresa para o longo prazo, você deve realizar uma análise aprofundada da mesma, e determinar o porquê está adquirindo essa organização.

De forma alguma você deve manter um ativo que não apresenta mais as qualidades que você identificou e que determinaram os seus motivos para comprá-lo.

Valor Mínimo para Investir na Bolsa de Valores

Não há exatamente um valor mínimo para investir na bolsa de valores. Existem ações de empresas que são negociadas por menos de R$ 5,00. Então, sim, se você quiser pode começar com apenas 5 reais.

Entretanto, ao começar com um valor baixo, você terá que operar no mercado fracionário. O que acontece é que as ações são negociadas em lotes de 100 unidades. Portanto, sempre que você for negociar quantidades inferiores a 100, você estará operando no lote fracionário.

Para comprar ações nesse lote, é preciso colocar a letra “F” ao final do código da ação. Por exemplo, a empresa Petrobrás negocia um lote de 100 ações pelo código PETR4. Dessa forma, para comprar ou vender menos de 100 ações de Petrobrás, você teria que negociar PETR4F.

O ponto positivo é que você pode começar com quantias bem baixas. Mas o ponto negativo é que o mercado fracionário possui menos liquidez. Ou seja, existem menos pessoas comprando e vendendo ações. Dessa forma fica mais difícil de realizar uma operação.

Custos de Investir na Bolsa de Valores

Ao investir em ações na bolsa de valores, existem alguns custos que o investidor está sujeito, sendo eles:

Taxa de corretagem

A taxa de corretagem é cobrada pela corretora de valores ou banco escolhido pelo investidor para fazer seus investimentos. Essa taxa é cobrada por cada operação realizada.

Existem algumas corretoras que não cobram taxa de corretagem para o investimento em ações. Caso você comece a investir na bolsa de valores com pouco dinheiro, recomendo que escolha uma dessas corretoras que zeram essa taxa.

Imagine fazer aportes mensais de 100 reais para a compra de ações, mas a corretora cobrar 15 reais por operação. A mesma já ficaria com 15% do seu aporte.

Taxa de custódia

Essa taxa é cobrada pela própria bolsa de valores mensalmente pela guarda das suas ações. Ou seja, como o nome já diz, a custódia delas.

Entretanto, hoje em dia grande parte das corretoras está optando por não repassar esse custo ao investidor. Assim oferecem custódia gratuita.

Emolumentos

Trata-se de uma taxa cobrada pela Bovespa e pela CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia) por cada operação realizada na bolsa, seja de compra ou venda de ativos.

O valor dessa taxa é proporcional ao volume envolvido na operação. Mas esses valores costumam ser bem baixos, quase que irrisórios. Girando em torno de 0,03% sobre o valor total da operação.

Imposto de Renda

O imposto de renda no mercado acionário é cobrado somente se houver lucro na operação. Sendo que a taxa cobrada é de 15% para operações normais. E 20% para operações de Day Trade (compra e venda no mesmo dia).

Existe uma regra que diz que se o investidor vender menos de R$ 20.000,00 em ações dentro de um mês, mesmo se houver lucro, não haverá cobrança de imposto de renda. Se ultrapassar esse valor, começará a ser cobrado imposto de renda sobre o lucro de cada operação.

No caso de fundos de investimento, podem existir ainda taxas de administração e de performance.

Como Analisar uma Empresa

Para investir na bolsa de valores, você precisará selecionar as ações que vai colocar na sua carteira. Para fazer isso é preciso realizar uma análise cuidadosa das possíveis candidatas.

E para analisar empresas da bolsa de valores, você vai se deparar com basicamente dois caminhos:

• Análise Técnica
• Análise Fundamentalista

Análise Técnica

A análise técnica de ações, de acordo com John Murphy, um dos principais autores sobre o assunto…

“é o estudo dos movimentos de mercado, principalmente pelo uso de gráficos, com o objetivo de tentar prever futuras tendências no preço “.

Esta ferramenta é mais utilizada para tentar identificar oportunidades de curto e médio prazo. Ou seja, para o Day Trade ou Swing Trade.

Com base na análise gráfica de como a ação vem se comportando, a análise técnica tenta prever o próximo movimento do preço da ação. Toda essa análise deve ser feita utilizando um mesmo período de tempo.

Por exemplo, se você quer tentar prever qual vai ser o comportamento do preço da ação para as próximas horas, é preciso analisar o comportamento dela nas últimas horas. Se quer tentar prever o preço para as próximas semanas, é preciso analisar os gráficos das últimas semanas.

Portanto, para a análise técnica, assim como para as estratégias de Day Trade ou Swing Trade, não importa muito a saúde financeira da empresa em si. Nem importa na verdade se a empresa é boa ou não. A ideia é tentar prever qual o comportamento do preço das ações dessa empresa em um futuro próximo.

Análise Fundamentalista

Ao contrário da análise técnica, a fundamentalista não olha para gráficos e tenta adivinhar o que vai acontecer nos próximas dias ou semanas.

A ideia da análise fundamentalista é tentar desenhar um retrato da empresa, olhando para indicadores de desempenho, resultados da empresa, balanços, a saúde financeira da empresa e o cenário econômico em que ela está inserida. Tudo isso a fim de tentar determinar o valor intrínseco da organização, e suas perspectivas de crescimento no longo prazo.

Com isso, o investidor tenta determinar um “preço justo” para a ação da empresa analisada. Para que assim seja possível tomar uma decisão de investir ou não na empresa em questão.

Não quero dizer aqui que existe um jeito certo ou um jeito errado de investir na bolsa. Apenas que existem estratégias diferentes, com objetivos diferentes para quem quer investir na bolsa.

Eu utilizo a estratégia de investimentos de longo prazo, pensando em me tornar sócio de empresas boas que tem uma perspectiva de crescimento futuro. Até mesmo porque o investimento na bolsa de valores a longo prazo tende a se valorizar mais.

Isso pode ser exemplificado no estudo de Jeremy Siegel do desempenho das ações na bolsa norte americana no longo prazo, mostrado anteriormente. E também pelos rumos que a economia brasileira está tomando. Com o cenário de queda de juros e cortes de gastos na economia.

É claro que haverá crises econômicas, oscilações e momentos de altos e baixos. Momentos onde o capital atual será menor que o que foi investido em um negócio. É por isso que o investidor de longo prazo deve estar com a mentalidade correta.

Tendo em mente que nada na economia sobe de forma reta, e que se os fundamentos que levaram você a se tornar sócio de uma empresa continuam os mesmos, então não há por que vender as ações em momentos de crise. Na verdade, podem ser ótimas oportunidades para aumentar a posição em um determinado ativo.

Tendo em vista o investimento de longo prazo (Buy and Hold), vou apresentar aqui alguns dos indicadores fundamentalistas para analisar uma empresa que eu considero muito importantes.

ROE

ROE é a sigla em inglês para Return on Equity. Ou então, Retorno sobre o Patrimônio Líquido, em português.

Este indicador mostra a rentabilidade de uma empresa, com base no que ela consegue captar de recursos. Com ele é possível medir quanto que o patrimônio líquido de uma empresa pode gerar de lucro para ela.

Para calcular o ROE de uma empresa, é preciso pegar o lucro líquido da mesma no período, e dividir pelo seu patrimônio líquido.

Um ROE de 10% por exemplo, representa que a cada 1000 reais investidos na empresa, a mesma transforma em 1100 reais.

Ao analisar uma empresa, pode considerar um ROE acima de 10% como sendo bom já. Mas é claro que, quanto maior melhor.

P/L

Costuma-se dizer que o indicador P/L é utilizado para determinar se uma empresa está “cara” ou “barata”. O P/L é o Preço da ação sobre o Lucro líquido da mesma.

Este indicador mostra quanto tempo levaria para o investidor recuperar o dinheiro investido, caso a empresa distribuísse 100% dos lucros aos acionistas, e caso ela continuasse lucrando o mesmo que lucra hoje.

Então, se uma empresa tem suas ações negociadas a 20 reais, e um lucro líquido por ação de 2 reais. O P/L da mesma seria 10 (20/2). Significa que o investidor levaria 10 anos para recuperar o capital investido.

De maneira geral, quanto menor o indicador P/L, é melhor, obviamente. Mas para ter uma base, você pode utilizar empresas com P/L inferior a 20 como bom.

Contudo, esse indicador, assim como os outros da análise fundamentalista, não pode ser utilizado sozinho.

Porque um P/L alto pode significar que o mercado tem grandes expectativas em relação ao crescimento da empresa em questão no longo prazo. Por isso já está precificando isso agora, com base nos resultados que ela deve apresentar no futuro.

Assim como um P/L baixo demais pode indicar que o mercado não espera que a empresa consiga manter os mesmos resultados que ela apresenta hoje no longo prazo.

Tome cuidado com P/Ls inferiores a 3, pois pode indicar problemas estruturais graves na empresa.

Lucro Líquido

Como mencionado antes, estes indicadores não podem ser utilizados sozinhos ao analisar uma empresa.

Porque um P/L baixo ou alto demais por si só pode representar muitas coisas.

Dessa forma, outro indicador que você deve utilizar em suas análises é o histórico de lucro líquido da empresa.

Para fazer uma boa análise, verifique pelo menos os últimos 5 anos.

Uma empresa com histórico de lucros crescentes pode justificar um P/L alto por exemplo.

P/VPA

Este é outro indicador para determinar se uma empresa está cara ou barata. Entretanto ele analisa outros fatores.

O P/VPA representa o Preço da ação sobre o Valor Patrimonial por Ação. O valor patrimonial por ação é quanto deveria valer cada ação desta empresa na bolsa.

Para determinar este número, é preciso pegar o patrimônio líquido da empresa. Que nada mais é do que a diferença entre seus ativos e seus passivos. Basta então dividir pelo número de ações negociadas em bolsa. Assim será obtido o VPA.

Por exemplo: digamos que uma empresa tem um patrimônio líquido de 100 milhões de reais, e possui 5 milhões de ações sendo negociadas em bolsa.

Neste caso, o VPA será de 20 reais (100 milhões/5 milhões). Ou seja, o “preço justo” a pagar por ações dessa empresa seria de 20 reais.

Para determinar o P/VPA, basta pegar o preço que as ações estão realmente sendo negociadas na bolsa, e dividir pelos 20 reais (VPA).

Se as ações estiverem sendo negociadas a 25 reais, então o P/VPA é de 1,25. Valores acima de 1 significam que a empresa está “cara”, e valores abaixo de 1 que ela está “barata”.

Contudo, este indicador também não leva em conta o potencial de crescimento da empresa. Portanto, novamente, ele não pode ser utilizado sozinho. É muito comum encontrar boas empresas com P/VPA acima de 1.

DB/PL

Outro fator importantíssimo é analisar o endividamento da empresa.

Para que uma empresa possa crescer, em muitos casos ela precisa contrair dívidas. Isso é completamente normal e faz parte do processo de expansão.

Contudo, é extremamente importante analisar o tamanho e a qualidade dessa dívida. O indicador DB representa a dívida bruta da empresa. Ou seja, o total de compromissos financeiros que a empresa tem com outras instituições. Enquanto que PL é a sigla para patrimônio líquido.

Portanto, o indicador DB/PL mostra qual o percentual da dívida de uma empresa em relação ao seu patrimônio líquido.

É muito importante que a empresa tenha um dívida menor do que o total do seu patrimônio líquido. Ou seja, um DB/PL inferior a 1. Valores acima de 1 indicam que a empresa está devendo mais do que ela vale.

Obviamente que quanto menor a dívida, melhor. Mas tenha em mente que em alguns setores da economia é comum empresas estarem mais alavancadas do que em outros setores.

Portanto, sempre que for utilizar a análise fundamentalista para analisar uma empresa, compare empresas do mesmo setor. Em outras palavras, compare bananas com bananas e maçãs com maçãs.

Faça análises aprofundadas de empresas

Estes foram apenas alguns dos indicadores que você deve utilizar ao analisar empresas da bolsa de valores.

Outro item que você deve olhar é para o nível de governança corporativa que a empresa se encontra. Você pode saber mais sobre esse assunto neste artigo.

Eu sugiro que você faça uma análise muito mais aprofundada. Utilize outros indicadores que você considera importante.

Olhe para o setor da economia que a empresa está inserida, verifique quem está no comando da organização (CEO), qual seu histórico com empresas. Veja também a cultura da organização e se os funcionários estão alinhados com essa cultura.

Todos esses indicadores você pode encontrar no site de RI (relação com o investidor) de cada empresa. Basta procurar na internet por “Empresa X RI” que você encontra. Todas as empresas listadas em bolsa são obrigadas a manterem um site de relacionamento com o investidor para divulgar seus resultados.

Outro site que eu utilizo para ver esses indicadores é o Fundamentus, que apresenta um resumo dos principais indicadores fundamentalistas de cada empresa listada em bolsa.

6 Passos de Como Investir na Bolsa de Valores

Até o momento foi apresentado o porquê eu acredito que você deva investir na bolsa de valores.

Também foi detalhado o que é a bolsa de valores, sua função e o que são ações especificamente.

Com quanto de dinheiro é possível começar a investir e quais os custos atrelados a investir na bolsa de valores.

Também lhe mostrei qual a estratégia que eu uso para investir na bolsa de valores e dei uma breve introdução sobre como analisar uma empresa.

Agora vamos aos passos práticos sobre como investir na bolsa de valores em si.

Mas acredite, essa é a parte mais fácil.

Passo #1: Defina seu perfil de investidor

Como eu mencionei no início deste artigo, é muito importante se certificar de que o seu perfil de investidor esteja de acordo com o investimento na bolsa de valores.

Você precisa estar ciente de que haverão momentos em que o seu dinheiro vai desvalorizar.

Pense o seguinte: se você investir 1000 reais em uma empresa na bolsa, e em apenas um dia essa empresa desvalorizar 20%.

De forma que os seus 1000 reais virem 800 reais.

Como você reagiria?

Resgataria o dinheiro imediatamente com medo de perder mais?

Investiria ainda mais nessa empresa?

Ou pararia por um tempo para analisar o que aconteceu com a empresa para determinar qual o melhor movimento a fazer?

Passo #2: Abra conta em uma corretora de valores

Para poder operar na bolsa de valores você precisará criar conta em uma corretora de valores.

Existem inúmeras possibilidades disponíveis no mercado.

Cada uma possui suas particularidades.

Algumas focam em um público com mais capital, outras com menos.

Você precisa analisar qual está mais alinhada com os seus objetivos e garantir que a mesma seja confiável.

Para saber melhor como escolher sua corretora de valores, recomendo a leitura deste artigo.

Passo #3: Transferir o dinheiro para a corretora

Parece meio óbvio, e até pode ser, mas depois de abrir conta em uma corretora, você precisa enviar dinheiro para lá.

É muito importante que você estabeleça quanto deseja aplicar por mês.

Depois de definido esse montante, tenha isso como prioridade.

“Pague a si mesmo primeiro”.

Ou seja, logo que entrar suas receitas, seja proveniente de um salário, pró-labore ou seja o que for, transfira a quantia destinada para os investimentos primeiro.

E depois se vire no restante do mês com o que sobrou.

Passo #4: Escolha as suas ações

Um dos passos mais importantes é definir quais ativos vão compor a sua carteira de investimentos.

Utilize as dicas que foram apresentadas nesse artigo sobre como analisar uma empresa e se aprofunde ainda mais no assunto.

Tome o tempo que precisar para fazer essas análises.

Afinal de contas, é o seu dinheiro que está em jogo.

Além disso, determine qual o percentual que cada ativo terá na sua carteira de investimentos, a fim de designar um peso para cada um deles.

Passo #5: Acesse o home broker

Depois de definir quais os ativos que vão compor a sua carteira de investimentos e de já ter enviado o dinheiro para a sua conta da corretora…

É necessário acessar o home broker da mesma.

O home broker é a plataforma digital que permite a negociação de ativos na bolsa de valores.

Cada corretora possui o seu.

Portanto, aprenda a mexer na plataforma da sua corretora, para ter certeza de que fará as operações da forma correta.

Passo #6: Envie a ordem de compra

Este é o passo mais fácil de todos.

Afinal, se você aprendeu bem a utilizar a plataforma da sua corretora, enviar a ordem de compra é muito simples.

Basta selecionar o ativo que quer, o preço que você deseja comprar (ou então deixar comprar à mercado), colocar a sua assinatura eletrônica, e então enviar a ordem.

Depois só acompanhe a ordem para se certificar de que a mesma será totalmente executada.

Conclusões

O investimento na bolsa de valores está associado à muitos riscos. Sendo um dos maiores deles, o de perder dinheiro.

Mas para ser bem franco, acredito que o maior risco em investir na bolsa de valores é você mesmo. É muito simples criar conta em uma corretora, selecionar uma ação com base em indicações de outras pessoas e realizar uma compra. Entretanto, essa é a forma mais fácil de perder dinheiro.

O processo para aprender como investir na bolsa de valores da forma correta é longo. Como diz Warren Buffett, um dos maiores investidores de todos os tempos:

“Aprender a ganhar dinheiro na bolsa é fácil, leva menos de 5 anos. Agora para aprender a não perder dinheiro na bolsa, um investidor vai levar em mais de 20 anos “.

Espero que este artigo tenha sido útil para lhe dar uma ideia geral de como funciona a bolsa de valores.

Forte abraço,

Francisco