Passo a Passo Completo para Começar a Investir no Tesouro Direto

Talvez você já tenha ouvido falar no Tesouro Direto.

Afinal de contas, este é o investimento que mais vem crescendo entre os brasileiros nos últimos anos.

O número de investidores ativos no tesouro em Dezembro de 2015 era de 233.945, já em Outubro de 2018, este número chegou a 724.093.

Isto representa um aumento de 310% em menos de 3 anos.

São números fascinantes.

Mas a questão que eu quero lhe fazer é:

“Você realmente sabe como investir no Tesouro Direto?”

Neste artigo veremos em detalhes:

  • O que é o Tesouro Direto;
  • Por que você deve colocar seu dinheiro lá;
  • Quais os principais títulos do tesouro;
  • Quais os custos para o investidor;
  • Passo a passo para começar a investir. 

Índice de Conteúdo

O Que é o Tesouro Direto

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O Tesouro Direto é um programa criado pelo governo federal em 2002, em parceria com a antiga BM&FBovespa, atual B3, a Bolsa de Valores oficial do Brasil.

O programa foi criado com o objetivo de dar acesso à negociação dos títulos públicos para toda a população brasileira.

Antes da abertura do tesouro, pessoas físicas só podiam investir em títulos públicos indiretamente, através de fundos de renda fixa.

Esses fundos tinham alta taxa de administração, ainda mais para aplicações de baixo valor, tornando este investimento pouco atrativo para pequenos investidores.

Os títulos públicos foram criados pelo governo federal como uma forma de arrecadar dinheiro para financiar a dívida pública.

Ou seja, quando você investe no Tesouro Direto, você está emprestando dinheiro para o governo, para que ele possa pagar as suas contas.

Como recompensa, ele lhe devolve o dinheiro emprestado, acrescido de juros que foram definidos na data da contratação do título.

Por Que você Deve Investir no Tesouro Direto

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Agora que você já sabe o que é Tesouro Direto, vou lhe mostrar quais são os benefícios de investir neste ativo.

Investimento mais seguro do Brasil

Posso garantir a você, que o Tesouro Direto é o investimento mais seguro do Brasil.

Como vimos no tópico acima, quando é comprado um título, você está emprestando dinheiro para o governo.

É possível que você esteja se perguntando se é confiável colocar dinheiro nesse tipo de aplicação, dada a situação atual do país.

Pode ficar calmo, pois é completamente normal um país ter dívidas públicas.

Para um país como o Brasil, com questões como seu tamanho territorial, população e por ser uma nação em desenvolvimento, ainda com carências básicas, é preciso de verba para arcar com todos os empreendimentos e projetos para infraestrutura.

Até mesmo em países desenvolvidos, como Alemanha, Japão e Estados Unidos, é necessário manejar a dívida pública, deixando-a em um nível saudável, mantendo o refinanciamento da dívida em parcelas cada vez menores.

Portanto, os títulos públicos são os ativos com menor risco de crédito da economia brasileira.

Investimento muito acessível

A plataforma do tesouro permite a compra de uma parte de um título. Caso o investidor queira, ele pode comprar apenas 1% de um título.

Portanto, é possível começar a investir em títulos públicos com pouco mais de 30 reais.

Desta forma, se você dispõe de pouco dinheiro para investir, o Tesouro Direto é uma ótima opção de investimento, pois você pode começar aplicando quantias baixas todos os meses.

Alta liquidez

Outra vantagem de investir no Tesouro Direto é a liquidez dos títulos.

A liquidez nada mais é do que a facilidade que o investidor tem de transformar seus títulos em dinheiro.

As compras e vendas podem ser efetuadas em dias úteis, das 9h30 às 18h00. Nos finais de semana e feriados, as transações feitas são agendadas para o primeiro horário do próximo dia útil.

O tesouro disponibiliza na conta da corretora os recursos de uma venda antecipada de um título no dia seguinte ao da venda (ou no primeiro horário do próximo dia útil após a operação).

Entretanto muito cuidado nesse tópico, pois com exceção do Tesouro Selic, em que o investidor pode resgatar o valor aplicado, acrescido dos juros contratados a qualquer momento, os demais títulos sofrem marcação a mercado.

Isso significa que se você realizar a venda de um título do tesouro antes do vencimento, você pode não receber a rentabilidade contratada, pois os títulos são vendidos a preço de mercado, e esse oscila conforme a economia do país.

Rentabilidade atrativa

Já vimos que o Tesouro Direto é uma ótima opção para quem busca segurança, liquidez e acessibilidade para realizar aplicações.

Agora talvez o fator mais importante, é que ele é mais rentável que a poupança!!

Sim, o Tesouro Selic, por exemplo, que é o investimento mais conservador do Brasil, rende mais que a poupança.

Com as taxas atuais (Selic 6,5%), se você aplicar R$ 10.000,00 na poupança por um período de 3 anos, você terá R$ 11.421,98.

No Tesouro Selic, este valor aplicado durante o mesmo período, já descontado todas as taxas, lhe dará uma quantia líquida de R$ 11.737,11.

“Ah mas a diferença é uma diferença muito pequena”, você pode pensar.

Ok, então vamos aumentar o valor investido e o prazo.

Mudando o valor para R$ 100.000,00, em um prazo de 5 anos, você terá:

Poupança: R$ 124.806,00

Tesouro Selic: R$ 130.882,12

Já começa a fazer diferença não é mesmo?

Lembrando que no Tesouro Selic, você pode resgatar o seu dinheiro a qualquer momento.

Quais os Tipos de Títulos do Tesouro Direto

Caminhos

Os títulos do Tesouro Direto são divididos em três grupos, cada um com suas particularidades de rentabilização.

Prefixados

Anteriormente chamados de LTN (Letra do Tesouro Nacional), esta classe de investimento possui rentabilidade definida no momento da compra.

São os títulos em que o investidor já sabe exatamente quanto vai receber se permanecer com a aplicação até o vencimento.

Esse título é ideal para quem não precisa complementar a renda de imediato, e pode deixar o dinheiro parado por um tempo, rendendo.

O pagamento é feito de uma só vez, no vencimento do título, ou se for vendido antecipadamente.

Caso seja vendido antecipadamente, será pago o valor de mercado na data da venda, e não baseado na rentabilidade contratada. Por isso, sempre é recomendado deixar a aplicação até o final, para não ter riscos de vender por um preço menor do que o da compra.

Caso você prefira utilizar os rendimentos para complementar a sua renda, existe a modalidade de títulos Prefixados com Juros Semestrais (NTN-F).

Ela garante pagamento semestral e antecipado da rentabilidade contratada no início. Entretanto existem dois pontos que devem ser considerados nesta aplicação:

  • Se comparada a uma aplicação que ficará até o vencimento, a rentabilidade recebida a cada semestre é menor, pois o montante total também é menor;
  • O Imposto de Renda é cobrado em cima de cada resgate semestral, o que reduz ainda mais a quantia, principalmente nos primeiros semestres, pois a cobrança da taxa é regressiva, de acordo com o tempo da aplicação.

Pós-fixados

São títulos que estão atrelados a um indexador.

Um indexador é todo e qualquer índice da economia, utilizado como referência para estabelecer a rentabilidade de um investimento.

O título pós-fixado que nós temos atualmente é o Tesouro Selic (LFT).

A aplicação nesse título renderá, durante todo o período contratado, exatamente a variação acumulada da taxa Selic, a taxa básica de juros da economia.

Esse investimento é recomendado para quem está montando sua reserva de emergência, que nada mais é do que um dinheiro que será utilizado para emergências (como o próprio nome já diz).

É aconselhado ter nesta aplicação, um montante no valor de 6 vezes os seus custos mensais.

Por exemplo: se o seu custo mensal é de em torno de R$ 2.000,00, você deve ter um valor de R$ 12.000,00 (6×2000) nesta aplicação.

O Tesouro Selic não perde o seu valor caso você precise resgatar antes do vencimento.

Só é aconselhado não resgatá-lo antes de 30 dias, para que não seja cobrado o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Híbridos

Como o próprio nome já diz, os títulos híbridos são aqueles que mesclam as rentabilidades prefixadas, com uma taxa pré-definida na hora da compra.

Os títulos híbridos do tesouro são atrelados à inflação (IPCA) e acrescidos de uma taxa fixa.

O Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal) é um investimento para quem tem objetivos de longo prazo, como uma renda extra para aposentadoria, compra de um imóvel, etc.

A vantagem deste título em relação aos prefixados, é que ele nunca será menor que a inflação, portanto você nunca perderá poder de compra.

Na maioria das plataformas de investimento, esse título aparece da seguinte forma:

Tesouro-IPCA2035

Isso significa que durante o período de contratação, até a data de vencimento, esse título irá render o valor da inflação, acrescido de uma taxa fixa de 5,04% ao ano.

No site do Tesouro Direto, é possível verificar quais as modalidades de títulos existentes, seus vencimentos, rentabilidades, valor mínimo para investir e o preço unitário do título. Conforme imagem abaixo:

Títulos-Tesouro-Direto

Custos para o Investidor

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Existem dois custos que sempre serão cobrados para o investimento no Tesouro Direto: o Imposto de Renda e a taxa de 0,25% da B3 (Bolsa de Valores).

A B3 cobra uma taxa anual de 0,25% sobre o valor investido por manter a custódia do título atrelada ao seu CPF.

O Imposto de Renda incide sobre todo e qualquer título do Tesouro Direto.

Quanto mais tempo você deixar o dinheiro investido, menor será o valor da taxa, conforme tabela regressiva abaixo:

Tabela-I.R.

Algumas corretoras cobram uma taxa para realizar a aplicação no Tesouro Direto.

Portanto, é importante realizar esta avaliação e escolher uma corretora que não cobra nada para isso.

Passo a Passo para Investir no Tesouro Direto

Step

Se você chegou até aqui, já deve ter uma boa ideia do que é o Tesouro Direto, seus principais benefícios, os custos associados ao investimento neste ativo e os títulos disponíveis para aplicação.

Agora vamos para a parte prática.

Vou lhe ensinar como investir no tesouro direto com um simples processo de 4 passos.

PASSO #1 – CRIAR UMA CONTA EM UMA CORRETORA DE VALORES

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O primeiro passo para poder investir no Tesouro Direto, é criar uma conta em uma corretora de valores mobiliários.

As corretoras de valores são instituições financeiras autorizadas a operar na bolsa de valores.

Todas elas devem estar devidamente registradas na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que é a entidade responsável por regular o mercado de investimentos.

É importante escolher uma corretora que não cobre taxas para o investimento no tesouro.

Para criar uma conta em uma corretora, é necessário apenas um CPF, RG e de um comprovante de residência atualizado.

Com esses documentos em mãos, é necessário apenas preencher o formulário de cadastro da sua corretora de preferência.

Na maior parte dos casos, este processo pode ser feito inteiramente online, e de forma gratuita.

PASSO #2 – DEFINIR QUAIS TÍTULOS ATENDEM MELHOR A SUA NECESSIDADE

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Após criar a conta na corretora, você precisa saber em quais títulos do tesouro vai querer investir.

Para definir qual ativo investir, é importante criar o seu planejamento financeiro.

O planejamento financeiro, nada mais é do que um documento com todos os seus gastos anotados e com os seus objetivos de curto, médio e longo prazo.

Com os seus objetivos em mente e sabendo as particularidades de cada título do tesouro, você poderá definir com mais facilidade quais os melhores investimentos para você.

PASSO #3 – TRANSFERIR DINHEIRO PARA A SUA CONTA DA CORRETORA

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Depois de ter criado seu planejamento financeiro e já saber em quais títulos investir, é hora de enviar dinheiro para a sua conta da corretora.

Entre no aplicativo do seu banco e agende uma transferência para a sua corretora.

Eu recomendo que você faça as transferências mensalmente, no mesmo dia que entra o seu salário.

Desta forma você estará seguindo o conceito de “pagar a si mesmo primeiro”.

Se for deixar para investir o que sobrar no final do mês, acredite em mim, não vai sobrar nada e você acabará nunca investindo.

Dica importante: crie uma conta em um banco digital!!

Os bancos tradicionais cobram, em média, R$ 15,00 por cada operação de TED.

Imagine se você for investir R$ 100,00 R$ 200,00 ou até R$ 1.000,00 por mês e já ficar R$ 15,00 na TED. Isso acaba com sua rentabilidade já na fonte.

As contas digitais não possuem anualidade, custos com manutenção e permitem fazer TED’s gratuitas.

PASSO #4 – REALIZAR A OPERAÇÃO DE COMPRA DO TÍTULO

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Existem duas formas de realizar a compra dos títulos do Tesouro Direto:

Para comprar através do site do tesouro, você deve logar com o seu CPF e senha. Caso não tenha conta no site, é só criar na hora.

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Na sequência clique em “Investir e resgatar” e novamente no botão “Investir”

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Em seguida, selecione a instituição financeira na qual você tem conta (a corretora de valores na qual você abriu conta no primeiro passo). Obs.: se você possui conta em mais de uma corretora, todas que estão atreladas ao seu CPF aparecerão como opção.

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Depois basta colocar a quantidade de títulos desejada ou o valor que você quer colocar em cada título. No exemplo da imagem abaixo, eu coloquei R$ 100,00 no “Tesouro IPCA+ 2035” e R$ 100,00 no “Tesouro Selic”. O próprio programa faz o cálculo das quantidades possíveis de compra e ajusta os valores investidos para baixo.

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Na sequência é só clicar em “Confirmar” que a sua compra será processada.

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Algumas corretoras só permitem o investimento no Tesouro Direto através das suas próprias plataformas. Neste caso, a seguinte mensagem irá aparecer assim que você selecioná-la no site do tesouro.

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Viu como é simples?

Qualquer dúvida que você tiver no processo, pode contar com a ajuda da sua corretora, ou da própria plataforma do tesouro direto.

O mais importante é ter o conhecimento das particularidades de cada título e o seu planejamento financeiro elaborado.

Conclusão

Agora você já sabe o que é o Tesouro Direto, suas vantagens, desvantagens, quais os títulos disponíveis para compra, as particularidades de cada um e também sabe como realizar a operação de compra.

Espero que este artigo tenha lhe fornecido o conhecimento necessário e te motivado para se tornar um dos mais de 700.000 investidores ativos no tesouro.

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Caso tenha ficado com alguma dúvida, pode deixar abaixo aí nos comentários.

Abraços e até a próxima!!

Francisco

Sobre o Autor

Francisco Abrunhoza
Francisco Abrunhoza

Criador do site Portal da Riqueza. Investidor e apaixonado por finanças.

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